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Lidando com os impactos da poluição plástica na saúde na África

Jun 02, 2023Jun 02, 2023

Brazzaville – Todos os anos, mais de 400 milhões de toneladas de plástico são produzidas globalmente e cerca de 19 a 23 milhões de toneladas acabam em lagos, rios e mares. No entanto, menos de 10% da produção anual de plástico do mundo é reciclada. Na África, que produz apenas 5% e consome 4% do plástico global, o crescimento da população e a urbanização estão levando ao aumento do plástico de uso único, aumentando a poluição ambiental e as ameaças à saúde.

O Escritório Regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a África e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) têm colaborado para galvanizar os esforços nacionais para reduzir as ameaças ambientais à saúde desde a adoção da Declaração de Libreville sobre saúde e meio ambiente em 2008. Desde então, eles conduziram conjuntamente vários projetos, entre os quais o projeto Clim-HEALTH Africa, que visa ajudar a prever, prevenir e gerir os efeitos agudos das alterações climáticas na saúde pública em África; e o projeto CHEMOBS que desenvolveu um protótipo para um observatório nacional integrado de saúde e meio ambiente sobre os riscos químicos à saúde humana e ao meio ambiente.

Este ano, o Dia Mundial do Ambiente é assinalado sob o tema "Soluções para a poluição plástica". Alexander Mangwiro, Coordenador Regional do PNUMA para Produtos Químicos, Resíduos e Qualidade do Ar, discute a ameaça da poluição plástica e como ela pode ser abordada.

Quais são os impactos da poluição plástica na saúde na África?

A poluição plástica tem vários impactos negativos na saúde na África, afetando tanto as populações humanas quanto os ecossistemas. Resíduos de plástico, particularmente plásticos de uso único e microplásticos, podem contaminar fontes de água doce, como rios, lagos e lençóis freáticos. Essa poluição pode levar ao consumo de microplásticos por meio da água potável contaminada, podendo representar riscos à saúde humana. Da mesma forma, o plástico pode acabar na cadeia alimentar. Por exemplo, o plástico em nossos oceanos se decompõe em fragmentos menores conhecidos como microplásticos, que são ingeridos por organismos marinhos. Quando os humanos consomem frutos do mar contaminados com microplásticos, existe o risco de transferência de microplásticos na cadeia alimentar, com consequências potencialmente graves para a saúde. Os plásticos também podem conter produtos químicos tóxicos, que podem penetrar no meio ambiente e potencialmente entrar na cadeia alimentar. A exposição prolongada a esses produtos químicos, principalmente por meio do consumo de alimentos ou água contaminados, pode ter efeitos adversos à saúde, incluindo desregulação endócrina, problemas de desenvolvimento e aumento dos riscos de câncer.

Em muitas cidades e vilas africanas, o descarte inadequado de lixo plástico pode criar criadouros de mosquitos transmissores de doenças. Além disso, a queima de resíduos plásticos, prática comum em algumas regiões da África, libera poluentes nocivos no ar, incluindo gases tóxicos e material particulado. A inalação desses poluentes pode causar problemas respiratórios, exacerbar condições respiratórias existentes e contribuir para doenças relacionadas à poluição do ar. Em todo o continente, quase não há infraestrutura de tratamento de plástico.

O descarte indiscriminado de plástico provavelmente reduzirá a porosidade do solo a ponto de quebrar o ciclo de regeneração dos recursos hídricos e reduzir a qualidade dos solos para a prática agrícola.

Portanto, a poluição plástica também tem enormes consequências ambientais e socioeconômicas, incluindo a degradação dos ecossistemas. Isso pode ter impactos indiretos na saúde, pois perturba o equilíbrio dos ecossistemas que fornecem serviços essenciais, como purificação de água, sequestro de carbono e regulação de doenças, e pode prejudicar as economias locais e os meios de subsistência devido à insegurança alimentar.

Como os países africanos podem lidar com o impacto da poluição plástica na saúde?

Abordar os impactos da poluição plástica na saúde na África requer medidas abrangentes, incluindo práticas aprimoradas de gerenciamento de resíduos (concebidas em torno de iniciativas de redução, reutilização e reciclagem), campanhas de conscientização pública e intervenções políticas. Ao mitigar a poluição plástica e promover alternativas sustentáveis, é possível proteger a saúde humana, preservar os ecossistemas e promover o desenvolvimento sustentável da região.